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Foto do escritorIsaque Pers

Copom Aumenta Selic para 11,25% ao Ano: Impacto Econômico Divide Especialistas e População



Introdução


Em meio a um cenário econômico desafiador e alta da inflação, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa Selic de 10,75% para 11,25% ao ano em novembro de 2024. A medida, segunda elevação consecutiva na taxa de juros, visa conter a inflação e estabilizar a economia brasileira, mas suas consequências suscitam discussões sobre o impacto desse nível de juros na economia e nos diversos grupos sociais.


A decisão, que afeta diretamente o custo do crédito e a dinâmica do consumo, está sendo tomada em um contexto de pressões tanto internas quanto externas. Segundo o Banco Central, o cenário internacional, especialmente a desaceleração econômica dos Estados Unidos e as flutuações do dólar, impõe novos desafios, o que exige cautela e ajustes para garantir a meta de inflação brasileira.


Contexto Econômico


Estudos indicam que políticas monetárias contracionistas, como o aumento da taxa de juros, podem ajudar a estabilizar preços no curto prazo, mas com consequências variadas para o crescimento econômico. Um estudo do Banco Central (BC) mostra que elevações da Selic tendem a reduzir o consumo e os investimentos, refletindo diretamente na economia real e desacelerando a atividade econômica. Em contrapartida, pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV) afirma que tais medidas são essenciais para manter a credibilidade e ancoragem das expectativas de inflação em períodos de instabilidade.


Segundo economistas como Felipe Sichel, da Modal Asset Management, as políticas de juros altos são necessárias em contextos de alta inflacionária, pois ajudam a manter o valor do real e controlar os preços. No entanto, ele alerta que, se mantidas por longos períodos, essas políticas acabam por desacelerar o crescimento econômico e prejudicar a criação de empregos, resultando em um impacto negativo sobre o consumo e o crédito no país.


Vantagens e Desvantagens da Taxa Selic a 11,25%


Vantagens

  • Controle da Inflação: A principal vantagem da elevação da Selic é a contenção da inflação, ajudando a reduzir o consumo e estabilizar os preços ao restringir o crédito e o financiamento de longo prazo. Isso é especialmente importante em um cenário de pressão inflacionária global.

  • Valorização do Real: Juros mais altos tornam o Brasil mais atrativo para investimentos externos, o que pode valorizar o real e reduzir a pressão sobre o dólar, ajudando a equilibrar a balança de pagamentos.

  • Estabilidade Econômica: Para especialistas, a Selic elevada ajuda a manter a confiança no Banco Central, reafirmando o compromisso da instituição com a estabilidade econômica e o controle dos preços.


Desvantagens

  • Desaceleração do Consumo: Juros mais altos significam um crédito mais caro, o que desestimula o consumo e pode impactar diretamente setores como o varejo e o setor imobiliário. Isso reduz a atividade econômica e afeta o crescimento.

  • Impacto no Emprego: A redução do consumo e dos investimentos produtivos prejudica a geração de empregos, podendo aumentar a taxa de desemprego e afetar o poder de compra da população.

  • Desigualdade Econômica: O aumento dos juros afeta mais as classes trabalhadoras e os pequenos negócios, que dependem de crédito para sobreviver, enquanto beneficia grandes investidores e instituições financeiras.


Beneficiados e Prejudicados


Beneficiados:

Investidores institucionais, bancos e investidores estrangeiros estão entre os principais beneficiados pela elevação da Selic. Juros mais altos significam retornos melhores em investimentos de renda fixa, especialmente em títulos públicos, que se tornam mais atraentes. Com isso, fundos de investimento, bancos e grandes instituições financeiras conseguem lucrar mais, especialmente aqueles com grande volume de ativos em títulos públicos.


Prejudicados:

Por outro lado, a população de baixa renda e os pequenos empresários sentem o peso do aumento dos juros. O crédito mais caro dificulta a obtenção de financiamentos para consumo e para manter negócios em operação, impactando principalmente o setor de varejo e pequenos empreendedores. Além disso, famílias com financiamentos de longo prazo, como financiamentos imobiliários, podem sofrer com o aumento nas parcelas, reduzindo seu poder de compra e ampliando a desigualdade social.


Conclusão


A elevação da Selic para 11,25% ao ano reflete uma política monetária que busca ancorar a inflação em um ambiente de incerteza econômica. No entanto, as consequências dessa medida geram um impacto desigual na sociedade: enquanto o controle inflacionário é necessário para a estabilidade do país, os custos dessa política recaem de forma mais pesada sobre as classes trabalhadoras e pequenos empresários, que dependem do crédito para sustentar o consumo e os negócios. Dessa forma, o desafio do Banco Central é encontrar o equilíbrio entre a estabilidade de preços e o impacto socioeconômico dessas políticas.


Fontes:


1. Metrópoles. Copom acelera ritmo de alta de juros e eleva Selic para 11,25% ao ano.


2. Banco Central do Brasil. Relatório Focus e Comunicado do Copom sobre a Selic.

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