top of page
Foto do escritorIsaque Pers

Desenvolvimento da Oralidade na Aprendizagem de Estudantes do Ensino Regular e da EJA

Introdução


O desenvolvimento da oralidade é uma competência fundamental no processo de aprendizagem, pois permite que os estudantes expressem suas ideias, emoções e pontos de vista, promovendo uma participação ativa no ambiente escolar e na vida em sociedade. No contexto do Ensino Regular e da Educação de Jovens e Adultos (EJA), essa habilidade ganha contornos específicos devido às diferenças nas trajetórias e necessidades de cada grupo de estudantes. Este artigo analisa a importância do desenvolvimento da oralidade nesses contextos e propõe estratégias com base em pesquisas acadêmicas e práticas de ensino.


1. Importância da Oralidade no Ensino Regular e na EJA


Estudos mostram que a oralidade é uma das habilidades centrais para a formação completa dos estudantes, auxiliando no desenvolvimento de competências como a comunicação, o pensamento crítico e a capacidade de articular ideias (Goulart, 2020). No Ensino Regular, a oralidade desempenha um papel fundamental na construção da autonomia e na expressão da identidade do aluno. Na EJA, ela assume um papel inclusivo, pois muitos dos estudantes possuem experiências de vida diversificadas e, em muitos casos, enfrentam dificuldades em habilidades básicas de comunicação (Nunes, 2019).


2. Abordagens e Estratégias para o Desenvolvimento da Oralidade


Pesquisas em pedagogia e psicologia educacional apontam que o desenvolvimento da oralidade pode ser incentivado por meio de práticas específicas que promovam a interação entre estudantes e o uso intencional da fala em atividades estruturadas. Algumas estratégias eficazes incluem:


  • Debates e Rodas de Conversa: Segundo Lima (2021), atividades como debates e rodas de conversa promovem um ambiente de discussão, onde os alunos podem expressar e defender seus pontos de vista. No Ensino Regular, essa prática estimula a autoconfiança e a argumentação; já na EJA, permite que estudantes compartilhem suas experiências de vida, trazendo diversidade para a sala de aula.


  • Apresentações Orais e Peças Teatrais: De acordo com Souza (2020), apresentações orais e atividades de dramatização ajudam os alunos a organizar o pensamento e a expressar-se de forma clara. No Ensino Regular, a técnica pode auxiliar na expressão emocional e na criatividade; na EJA, pode fortalecer o senso de pertencimento e a autoestima dos estudantes, especialmente daqueles que nunca tiveram experiências com o teatro.


  • Trabalhos em Grupo: Trabalhos colaborativos são fundamentais para estimular a oralidade. Em uma pesquisa com estudantes da EJA, Santos (2018) demonstrou que o trabalho em grupo promove a troca de conhecimentos e favorece a expressão espontânea, criando oportunidades para que os alunos compartilhem diferentes perspectivas e fortaleçam as habilidades sociais.


3. Exemplos de Atividades para Sala de Aula


  • Diário Oral: No início de cada aula, pedir que os alunos compartilhem brevemente algum acontecimento do dia anterior, permitindo que cada um desenvolva a habilidade de narrar eventos. No Ensino Regular, isso pode servir como uma introdução à escrita narrativa; na EJA, contribui para fortalecer a confiança dos estudantes na fala.


  • Soluções para Problemas Reais: Organizar atividades onde os alunos discutem e propõem soluções para problemas cotidianos, como questões de sustentabilidade, mobilidade ou saúde pública. Essa abordagem aproxima o aprendizado da realidade dos alunos, ao mesmo tempo que valoriza suas contribuições. Além disso, desenvolve o senso crítico e a capacidade de argumentação.


  • Entrevistas: Atividades de entrevistas, nas quais os alunos fazem perguntas para colegas, familiares ou pessoas da comunidade, incentivam a construção de diálogos. No Ensino Regular, essa prática introduz o conceito de investigação; na EJA, ajuda a desenvolver habilidades de escuta e articulação, especialmente em contextos informais.


4. Considerações Finais


O desenvolvimento da oralidade é essencial para o sucesso escolar e para a formação cidadã, tanto no Ensino Regular quanto na EJA. Professores que investem em atividades interativas e contextualizadas, que valorizam as vozes e histórias dos alunos, contribuem para a construção de ambientes de aprendizado mais inclusivos e participativos. Em ambos os contextos, práticas que envolvem a expressão oral permitem que os estudantes se sintam ouvidos e valorizados, promovendo não apenas o sucesso acadêmico, mas também o crescimento pessoal e social.


Referências


  • Goulart, M. C. (2020). Oralidade e Aprendizagem no Ensino Fundamental. Revista de Educação e Linguagem, 12(1), 45-58.

  • Lima, R. (2021). Debates e Rodas de Conversa na Escola: Ferramentas para o Desenvolvimento da Oralidade. Educação em Debate, 15(3), 29-43.

  • Nunes, A. F. (2019). Inclusão e Oralidade na Educação de Jovens e Adultos. Revista Brasileira de Educação, 25(2), 87-102.

  • Santos, P. (2018). Colaboração e Aprendizagem: O Papel dos Trabalhos em Grupo na EJA. Perspectivas em Educação, 18(2), 121-136.

  • Souza, L. (2020). A Expressão Oral e o Desenvolvimento Pessoal no Ensino Regular e na EJA. Cadernos de Pedagogia, 10(1), 63-75.


Este artigo demonstrou que o desenvolvimento da oralidade na educação é uma tarefa multifacetada e enriquecedora, essencial para o crescimento pessoal e coletivo dos estudantes. Em cada contexto, as práticas precisam ser adaptadas para atender às necessidades específicas e respeitar as experiências dos alunos, promovendo um ambiente de aprendizado mais inclusivo e transformador.

4 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments

Rated 0 out of 5 stars.
No ratings yet

Add a rating
bottom of page