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Foto do escritorIsaque Pers

Desigualdade no Acesso ao Ensino Superior: Renda e Origem Escolar Ainda Definem o Futuro de Estudantes no Brasil

O perfil socioeconômico dos estudantes que conseguem ingressar no ensino superior no Brasil reflete desigualdades em termos de renda, raça e origem social. Apesar de programas de inclusão, como o ProUni e cotas, a maioria dos alunos que acessam o ensino superior ainda são de classes sociais mais favorecidas, embora a situação tenha melhorado nas últimas décadas. Aqui estão algumas das principais características socioeconômicas dos estudantes que ingressam no ensino superior:


1. Renda Familiar


  • Alunos de famílias com renda mais alta têm mais acesso ao ensino superior.


  • De acordo com o Censo da Educação Superior de 2020, aproximadamente 70% dos estudantes universitários pertencem a famílias com renda superior a 3 salários mínimos.


  • Já a parcela de estudantes oriundos de famílias com renda de até 1,5 salário mínimo, que são os principais beneficiários de programas como o ProUni, representa cerca de 25% do total.


2. Origem Escolar (Escolas Públicas x Privadas)


  • Estudantes de escolas privadas têm mais chances de ingressar no ensino superior.


  • Em 2020, 66% dos alunos que ingressaram nas universidades públicas federais vieram de escolas particulares, ainda que representem uma minoria entre os concluintes do ensino médio no Brasil.


  • As políticas de cotas ajudaram a equilibrar esse quadro, e atualmente, cerca de 50% das vagas em universidades federais são reservadas para alunos de escolas públicas.


3. Raça / Cor


  • Estudantes brancos ainda são a maioria no ensino superior, mas a participação de negros e pardos tem aumentado.


  • Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), em 2019, aproximadamente 52% dos estudantes matriculados no ensino superior se autodeclararam brancos, enquanto 48% se autodeclararam negros, pardos ou indígenas.


  • No entanto, o acesso ao ensino superior entre a população negra aumentou consideravelmente após a adoção das políticas de cotas e programas de inclusão.


4. Localização (Área Urbana x Rural)


  • A maior parte dos alunos universitários é proveniente de áreas urbanas. Cerca de 85% dos estudantes de ensino superior residem em grandes centros urbanos.


  • O acesso ao ensino superior para alunos de áreas rurais ainda é limitado, principalmente pela ausência de universidades próximas e por barreiras econômicas e culturais.


5. Idade


  • A maioria dos alunos que ingressam no ensino superior está na faixa etária entre 18 e 24 anos, que corresponde a aproximadamente 80% dos matriculados.


  • No entanto, programas de EJA (Educação de Jovens e Adultos) e outras iniciativas têm incentivado o ingresso de pessoas mais velhas, o que aumentou a presença de estudantes com mais de 30 anos no ensino superior.


6. Trabalho


  • Um percentual considerável de alunos trabalha enquanto estuda. Em torno de 40% dos estudantes de ensino superior precisam conciliar trabalho e estudos, principalmente aqueles oriundos de famílias com menor renda.


Perspectiva Geral


Esses dados indicam que, apesar de avanços importantes nos últimos anos com políticas de inclusão e maior democratização do acesso, ainda há um longo caminho para a plena equidade no ensino superior brasileiro. Programas como ProUni, FIES e cotas têm sido essenciais para reduzir essas desigualdades, mas fatores como a origem escolar e a renda familiar continuam sendo grandes influenciadores no ingresso ao ensino superior.


Esses dados são baseados em levantamentos do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) e outras instituições de pesquisa educacional no Brasil.

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