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Foto do escritorIsaque Pers

Segurança Escolar: O Desafio do Brasil e Lições de Modelos Internacionais

A segurança nas escolas tem sido uma preocupação crescente no Brasil. Desde 2022, episódios violentos vêm aumentando em instituições públicas e privadas, incluindo ataques em escolas de São Paulo e Sobral-CE. Segundo o Instituto Sou da Paz, ataques com armas de fogo nas escolas brasileiras são três vezes mais letais que aqueles com armas brancas, revelando um problema de acesso às armas por jovens. Essa situação acendeu um debate sobre a necessidade de protocolos mais rigorosos e ações preventivas.


Casos no Brasil: Falta de Integração e Ações Preventivas


Em março de 2023, um ataque em São Paulo evidenciou a vulnerabilidade das escolas, quando um estudante armado com faca atacou colegas e uma professora. O caso revelou a ausência de um sistema preventivo eficiente para identificar estudantes em risco de isolamento e radicalização. Um estudo da Unicamp sugere que a falta de políticas públicas articuladas e o acesso à saúde mental são fatores críticos, uma vez que 59% dos agressores tinham vínculos diretos com a escola, reforçando a necessidade de maior integração com famílias e autoridades de segurança.


O Ministério da Educação (MEC) lançou a cartilha “Recomendações para Proteção e Segurança no Ambiente Escolar”, orientando sobre medidas de prevenção e ações de “posvenção” (resposta a situações violentas), mas a implementação ainda enfrenta desafios estruturais e culturais. Um levantamento do Cenpec indica que apenas algumas escolas adotam protocolos de segurança e ações preventivas, e falta pessoal especializado para monitorar sinais de risco entre os alunos.


Modelos Internacionais: Exemplos de Prevenção em Países como EUA e Reino Unido


Diversos países vêm investindo em medidas de segurança escolar com enfoques variados. Nos Estados Unidos, por exemplo, onde a questão da violência escolar é recorrente, muitas escolas adotaram práticas de segurança intensiva, incluindo detectores de metais e equipes de segurança treinadas para lidar com situações de crise. Além disso, programas como o "Safe2Tell" incentivam os alunos a relatarem, anonimamente, qualquer comportamento suspeito ou ameaçador. Embora eficaz em alguns contextos, esse modelo é criticado por criar um clima de insegurança que pode afetar o ambiente escolar.


No Reino Unido, a abordagem é menos militarizada e mais focada em programas de intervenção preventiva. O país investe em saúde mental escolar e utiliza o programa "Prevent Duty", que exige que escolas identifiquem sinais de radicalização e isolamento social. Educadores recebem treinamento para reconhecer comportamentos de risco e atuar em conjunto com psicólogos e assistentes sociais. Este modelo tem sido elogiado por criar um ambiente de suporte e diálogo, além de oferecer intervenções precoces para os estudantes em situações vulneráveis, o que poderia servir de inspiração para o Brasil.


Lições para o Brasil: A Urgência de Políticas Integradas


A adoção de um modelo de segurança escolar no Brasil que una medidas preventivas e intervenção imediata é crucial. O relatório do Instituto Sou da Paz recomenda que o Brasil fortaleça a ronda escolar, implemente programas de mediação e capacite profissionais para trabalhar com a saúde mental nas escolas. Segundo especialistas, iniciativas como o treinamento de professores para reconhecer sinais de alerta e programas de justiça restaurativa para lidar com o bullying podem melhorar o clima escolar e prevenir a escalada de violência.


Assim, a experiência internacional sugere que o Brasil pode equilibrar medidas de segurança física com uma abordagem preventiva centrada no apoio à saúde mental e na integração social dos estudantes.


Referências:


1. Instituto Sou da Paz. "Ataques em Escolas: Casos com Uso de Armas de Fogo Foram Três Vezes Mais Letais que os com Armas Brancas." Disponível em: https://soudapaz.org.


2. Cenpec - Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária. "Estudo Sobre Violência nas Escolas e Propostas de Prevenção." Disponível em: https://cenpec.org.br


3. Unicamp - Universidade Estadual de Campinas. "Violência Escolar: Desafios e Estratégias para Educação Pública e Privada no Brasil." Disponível em: https://unicamp.br


4. Jornal da USP. "Segurança Escolar no Brasil: Panorama e Recomendações do Ministério da Educação." Disponível em: https://jornal.usp.br


Essas fontes fornecem dados, análises e propostas para a segurança nas escolas brasileiras, complementando com comparações de medidas internacionais eficazes para o enfrentamento do problema.

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